Journal Volume 3 - June 2008
Article 39
Brazil Meu nome é Ricardo Borges. Tenho 30 anos de idade. Estarei liderando o grupo de apoio do Brasil com a Patricia Eichler. Aos 12 fui acometido de MT. O mais peculiar de tudo é minha lembrança de eu caminhar pelos corredores do hospital na madrugada de sábado. E domingo de manhã eu já não podia caminhar. O processo começou dois dias antes, na sexta-feira, com dores na coluna, nas proximidades dos rins. Como meu pai já tem um histórico de problemas renais, então fui medicado como se as dores fossem provenientes dos rins. Mas as dores aumentaram, no sábado fui internado, no domingo eu já não andava, e na segunda fui enviado para um hospital especializado – Hospital Neurológico de Goiânia. Lembro que o primeiro exame que fizeram foi do líquido da medula, e constataram uma inflamação. Fui cuidado em menos de dois meses fui enviado para casa. Não havia um diagnóstico exato de TM. Fui para casa em dezembro com a processa de que até em fevereiro eu estaria bom (andando) novamente. Em algumas semanas eu estava com escaras enormes e profundas. Foi feita uma séria intervenção por conta das escaras. Em janeiro minha família conseguiu vaga em um excelente hospital – o melhor – que trata de problemas de locomoção, reabilitação etc. Fui para o Sarah Kubitschek , em Brasília, onde fui informado ainda no ambulatório, que eu tinha MT. Fiz uma cirurgia para fechar a escara que desde dezembro passado estava aberta. A reabilitação foi tranqüila e depois de 8 meses voltei para casa, e retomei meus estudos. Logo os problemas com escara voltaram. Me esforçava ao máximo para não abandonar os estudos. Ao concluir o ensino médio [técnico em patologia clínica], em 1995, eu reservei algum tempo para me recuperar de escaras que haviam aberto novamente. Fiz então outra cirurgia. Como eu passava todo o meu tempo na cama, e precisava de uma das mãos livres, então eu ficava de lado. Como eu preferia ter a mão direita livre, então eu ficava sento sobre meu lado esquerdo, o que me causou uma escoliose muito grave. Em 1996 eu conheci a mulher com quem viria a me casar quatro anos depois. De um rapaz que passava todo o tempo na cama, com vergonha do próprio corpo, coberto de lençóis até o pescoço independente dos 40°C que fazia aqui os trópicos, passei a uma pessoa mais auto-confiante e desinibida. Neste mesmo ano comecei a trabalhar na área de tele marketing. Um ano depois as escaras voltaram a aparecer. Eu parei com o tele marketing e comecei trabalhar em casa com internet [comércio eletrônico]. A renda era bem menor, mas então eu podia trabalhar da minha própria cama, com o computador à frente. Aos poucos voltei a me sentar. Em 2000 me casei e comecei a trabalhar com promoção de eventos – shows de rock, e cheguei a organizar eventos com bandas dos EUA, Austrália, e Alemanha. Com o uso de um assento de água, as escaras ficaram cada vez mais raras. Com o passar dos anos criei resistência física, percebendo que era possível retomar os estudos. Em 2005 passei em primeiro lugar no vestibular para Psicologia da Universidade Católica de Goiás. Atualmente estou no 3° ano da graduação em Psicologia. Estarei trabalhando com a Patricia Eichler liderando o Grupo de Apoio de TM no Brasil. Nosso grupo de apoio é para pessoas com TM, ADEM, NMO e ON. Adoraríamos ter o máximo de pessoas envolvidas e também gostaríamos de ter mais líderes de grupo. Seria excelente se conseguíssemos ter líderes de grupo de apoio em cada capital e região do Brasil. Meus contatos para informação seguem abaixo, e esperamos seu contato em breve. Ricardo R. Borges
My name is Ricardo Borges and I am 30 years old. I will be leading the Brazil support group with Patricia Eichler. When I was 12 I got TM. My most peculiar memory from this experience was that I was walking through the halls of the hospital on Saturday night, and Sunday morning I could no longer walk. The process started two days earlier, on Friday, with a deep pain in my spine, near the kidneys. As my father has a past history of renal problems, I was medicated as if the pain were because of some kidney problems. But the pain increased. I was hospitalized on Saturday and by Sunday, I couldn’t walk. On Monday I was sent to a specialized hospital, Hospital Neurológico de Goiania. I remember that the first examination that was done was extracting liquid from my spine, and they detected inflammation. I received care and in less than two months, I was sent back home. There wasn’t an exact diagnosis of TM. I went back home in December, and they told me that by February, I would be fine (walking) again. Within a few weeks, I had large and deep pressure sores. The pressures sores required a serious surgical intervention. In January my family was able to get me into an excellent rehabilitation hospital; the best hospital in Brazil for working with locomotion problems. It was while I was in Sarah Kubitschek Hospital in Brasilia that I was told that I had TM. The pressure sore that had been open since December was surgically closed before I left the hospital. My rehabilitation had gone well and after 8 months, I went home to return to my studies. The problems with pressure sores came back. I struggled with myself as much as I could to not abandon school. After finishing high school (technical in clinical pathology) in 1995, I reserved some time for myself to allow for the pressure sores to heal that had opened once again. I had to have another surgery. I was bedridden for a very long time. I had to have a hand free to be able to write and to feed myself. As I am right-handed, I was forced to lie on my left side for very long periods of time. As a result, I developed very severe scoliosis. In 1996, I met the woman who would marry me four years later. From a boy who spent all of his time in bed, and who became ashamed of his own body (covered with sheets to the neck even with 40°C heat here in the tropics), I turned into a person with good self-confidence and self-esteem. In that same year, I began working in telemarketing. A year later, the pressure sores struck me again. I had to stop the telemarketing work and went to work at home in electronic commerce on the internet. The money was much lower, but I could work while in bed with my computer. Gradually, I was able to sit again. In 2000, I was married and started working with a company that promoted rock concerts. We organized events for bands in the USA, Australia and Germany. By using an anti-pressure-sores waterseat, the pressure sores became rare. Over the years, I became physically more resistant, realizing that it was possible to return to my studies. In 2005, I was approved in the selective process (with the highest scores) for Psychology at the Catholic University of Goiás. Currently, I am in my third year of studies in Psychology. I am going to be working with Patricia Eichler to lead a TM Support Group in Brazil. Our support group is for people with TM, ADEM, NMO and ON. We would love to get as many people involved as possible and would also like to have more support group leaders. It would be great if we could have support group leaders from every major city and region in Brazil. My contact information is below, and we are looking forward to hearing from you.
|